PODER E POLÍTICA
SOBERANIA E CIDADANIA
na opinião do Prof. Peralta
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Em
Conferência, na Casa de Portugal de São Paulo, no dia 28 de maio, o Prof.
Dr. J. Jorge Peralta declarou que o Governo do PS, em Portugal, precisa ouvir
e atender o povo e cultivar a auto-confiança da nação, respeitando as forças
matriciais que a sustentam. Precisa fazer Política, com P maiúsculo.
Aqui apresentamos um
resumo de um dos sub-tópicos desenvolvidos pelo Professor...
No mundo moderno, as
pessoas precisam conviver com a diversidade. A pluralidade é a grande marca
do nosso tempo. Todos estamos sempre aprendendo.
É exigência
de liberdade responsável e da justiça. Quem se acomoda incomoda.
Fazer Política
também é promover a esperança, com dignidade e responsabilidade; é levar prosperidade
e bem estar; é promover a cooperação entre todos.
Não se concebe
um regime, dito democrático, considerar o seu opositor como seu inimigo. A
oposição responsável e sadia é necessária, numa real democracia. Deve ser
respeitada e ouvida.
Assim sendo,
não se concebe, no Governo do PS, chamado Socialismo Democrático, a repulsa
aos portugueses, que depois de 35 anos do 25
de abril, mantêm viva a sua veneração por Salazar. Outros pensam diferente.
É o direito de cada um.
Liberdade
de opinião é para todos ou é só para alguns? Alguém optou pelo pensamento
único?
Este é apenas
um aspecto do posicionamento do Governo, mas o conferencista considerou-o
essencial. No entanto, na Conferência, este também foi apenas um sub-tópico
das idéias abordadas.
Se a Democracia
é o Governo do Povo, pelo Povo e para o Povo,
quem está no poder tem todo o direito que ter as opiniões que quiser, mas
não pode repelir as manifestações livres da opinião do povo, como se uns poucos
fossem os “donos” da “verdade”. O povo
precisa se manifestar “sem censura”.
O Governo
Democrático precisa saber respeitar as opiniões contrárias às suas. Eventuais
desmandos precisam ser apontados e
eventualmente contestados.Ou então declare-se implantada
a “tirania”(?!)
Mas este é um Governo “Democrático”.
Não têm o direito de satanizar ninguém. Seria atitude repressora insustentável.
Estaria na contramão da história.
A Tirania,
decididamente, não sabe conviver com a Democracia.
Então é
preciso coerência, sem atitudes dúbias. É preciso transparência.
Dizia o
Grande intelectual, Antero de Quental, fundador do primeiro Partido Socialista
em Portugal, em 1870:
“Revolução
não quer dizer guerra, mas sim, paz;
não quer dizer licença, mas sim ordem”
O
Governo atual, do PS português, parece que ainda não conseguiu implantar o
Socialismo Democrático que prometeu ao povo.
O PS precisa
saber implantar a alternativa democrática que o povo escolheu. Precisa ouvir
e atender à vontade do povo que o elegeu. Só o povo é soberano.
O povo certamente
não está com saudade do regime precedente, cuja época já passou, mas não aceita
o desrespeito a um homem, para ele, imortal.
O que quer
é que o atual Governo tenha mais responsabilidade e severidade, no trato do
patrimônio público; que garanta uma educação melhor para todos; que garanta
a prosperidade da nação; que estimule os empreendedores da nação, na indústria,
no comércio e na agricultura, na ciência e na tecnologia; que coíba os abusos
e a corrupção.
O Governo
tem obrigação de cultivar a auto-confiança e a auto-estima do povo. Os desmandos
e inconsistências deste governo fazem o povo ter saudade do regime
precedente. Isto é absolutamente normal e legítimo.
Em vez de
cultivar um insustentável complexo
de culpa, o governo precisa saber elevar a moral da nação, recuperando
nele a confiança em seus altos destinos.
Um governo
que se posiciona à margem da nação não se sustenta. Perde a legitimidade.
Com uma
educação sucateada, tudo vai ruindo...
O primeiro
baluarte que desmorona é a auto-estima. Levar o povo e a juventude a perder
a auto-estima, é crime de lesa-pátria.
O Professor
Peralta proferiu a Conferência a convite da nova Direção do Partido Socialista
de São Paulo, dentro de um programa de Formação
de Quadros de Lideranças Políticas. O Conferencista é professor da Universidade
de São Paulo (já aposentado).
Desenvolveu
o tema: Política e Cidadania – Fazer Política, no
Mundo Luso-Brasileiro.
Insistiu
que a Política séria é uma ação essencial nas sociedades democráticas.
Nossos jovens
precisam saber que a militância política não é
atividade para corruptos, como muitos pensam; é atividade digna para
pessoas dignas que amam seu país, seu povo, a quem devem
servir com dignidade e competência, em benefício de todos. Os Políticos sérios
procuram o bem e não os bens do povo,
como dizia o grande Vieira.
Precisamos
formar a juventude para o exercício pleno e responsável da cidadania. Precisamos de uma educação
séria do homem integral, concluiu.
O Professor Peralta falou
para uma platéia atenta, interessada e bem informada, que teve participação
efetiva nos amplos debates que sucederam a apresentação do tema, do qual aqui
demos apenas uma amostragem.
Em outros
momentos poderemos dar destaque a outros tópicos muito interessantes da palestra.
O texto
que serviu de base à palestra está publicado no websítio:
www.portaldalusofonia.com.br/poderpolitico.
O
leitor pode comentar a matéria pelo e-mail: tribunadosaber@gmail.com.
Cristiane M. Magalhães