POLÍTICA
E CIDADANIA
LUSO-BRASILEIRO
“Conhece-te e ti mesmo
e dominarás o universo”
(Sócrates, filósofo grego)
=ROTEIRO=
I
UM
ESPAÇO DE DEBATE REVITALIZANTE
1.
Apresentação e
perspectivas
2.
Abertura de um
espaço de diálogo institucional
3.
Onde estamos?
4.
São
Paulo - Portal dos Bandeirantes
5.
Consciência Política
I
DIÁLOGO
EM CONSTRUÇÃO
1.
Ver e ouvir o povo
2.
Perspectivas da
palestra
3.
O intelectual e o político
II
FORMAÇÃO SÓCIO-POLÍTICA
1.
Cidadania Participativa
2.
Política com ou
contra a nação
3.
Bases da democracia
4.
A educação é a
coluna mestra da democracia
IV
A PÁTRIA COMO BEM
MAIOR – A MÁTRIA
1.
Liberdade é tomar
atitude
2.
Fazer algo por
seu país
3.
Decadência Manifesta
4.
Exemplo de trabalho
e honradez
V
UM PAÍS MUITO ESPECIAL
1.
Portugal, obra
dos Templários
2.
O luso-tropicalismo
3.
Ingrata pátria
4.
Benefícios da colonização
- O novo cardápio da Europa
VI
UM PAÍS ATURDIDO
DECADÊNCIA OU REVITALIZAÇÃO
1.
A descolonização
2.
A nação real
3.
Complexo de culpa
artificial
4.
Construir o futuro
5.
Auto-estima
6.
Portugal visto
do Brasil
7.
PS.SP é uma nova
luz que surge
8.
Pátria da onisciência”
VII
PRIMEIRO SOCIALISMO
DEMOCRÁTICO
1.
Aurora do socialismo
em Portugal – Antero de Quental
2.
A cosmovisão de
Antero de Quental
VII
LUZES E SOMBRAS
EM PORTUGAL
1.
Sentir a alma do
País
2.
História repartida
em memoriais
3.
Monumentos como
lições de civismo
4.
Sentindo a força
da natureza – Força do Povo
IX
PORTUGAL NA DINÂMICA
DO MUNDO
1.
A mudança como
condição vital
2.
Mundo em Construção
3.
Política e futebol
X
SOCIALIZAÇÃO DOS
BENS IMATERIAIS
1.
Política como ciência
e arte
2.
Gestor como guardião
da liberdade
3.
Divergir é compartilhar
XI
A ESSÊNCIA DA POLÍTICA
A)
SERVIR AO SEU POVO
1.
Política como doação
e não como negociata
B)
PLURIPARTIDARISMO
2.
A diversidade desperta
o interesse
3.
O povo no poder?
XI
SOCIALISMO DEMOCRÁTICO
1.
O
povo no poder?
2.
Socialismo Democrático
um sistema plural
3.
Por um mundo multipolar
XII
O PLURALISMO DEMOCRÁTICO
1.
O multipartidarismo
2.
Olhar e ouvir o
outro lado
3.
O “Velho do Restelo”
no contraponto
4.
Princípios que
regem o Socialismo Democrático
XII
DESAFIOS
DO PODER: NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA
1.
A
teoria na prática é outra
2. Teste de Viabilidade dos Partidos no Poder
LUSO-BRASILEIRO
“Conhece-te e ti mesmo
e dominarás o universo”
(Sócrates, filósofo grego)
PROGRAMA: FORMAÇÃO
DE QUADROS DE LIDRANÇAS POLÍTICAS.
I
1.
Apresentação e
perspectivas
A nova diretoria do PS de São Paulo, filiado
ao PS de Portugal, solicitou-me que dirija algumas palavras aos membros
do partido e à comunidade luso-brasileira de São Paulo.
Acedi prontamente como quem atende a mais
uma missão.
2.
Abertura de um
espaço de diálogo institucional
Como parte desta missão social, a que me dedico, há mais de 40 (quarenta) anos, estou
aqui para falar de Formação Política,
com P maiúsculo.
Abordarei diversos tópicos; alguns em tom
provocativo. Ao final da exposição
abriremos os debates para que todos possam participar, num diálogo democrático,
e compartilhar, com todos, os seus conhecimentos e sua experiência nas lides
sócio-políticas, em Portugal, abordando os pontos positivos e os pontos
fracos, a melhorar.
Posiciono-me crítica e respeitosamente,
com lealdade à nação, em perspectiva positiva, como convém a um intelectual
livre e atuante.
3.
Onde estamos?
Considero esta iniciativa do PS muito bem
vinda, pelo fato de que uma parte dos quadros políticos de Portugal, pré
25 de abril, viveu em São Paulo.
Além do mais, São Paulo é, de longe, a
maior cidade lusófona do mundo; é uma mega-metrópole,
com quase 20.000.000 de habitantes. São Paulo é o maior centro de produção
e de consumo da América do Sul. Poderíamos dizer que é a “capital” econômica
do Brasil.
4.
São
Paulo - Portal dos Bandeirantes
Acima de tudo, São Paulo foi marcada na
história como um imenso espaço de liberdade. Era uma região protegida pelas
imensas muralhas da Serra do Mar. Até ao século XVIII, São Paulo era a Pátria
da Liberdade. Governava-se a si mesma. A Câmara Municipal era o Poder maior.
Quem mandava era o povo, porque a câmara de fato era a voz do povo.
E sabia mandar muito bem, como provam os resultados. São Paulo foi o “oásis
da liberdade”. Por isso os Bandeirantes puderam agir livremente e alavancar
o país. Aqui nem a Inquisição conseguiu interferir. O lema de são Paulo
traduz sua essência: “Non
ducor, duco”.
São Paulo,
Faço votos que a diretoria recém eleita
do PS de São Paulo ajude mais a comunidade portuguesa e luso-brasileira
a se interessar pelas questões da vida política de Portugal.
Nossa comunidade é um tanto quanto alheia,
nesta perspectiva. Acredito que levou muitos revezes, através dos anos,
e se retraiu.
Outros países agitam seus cidadãos, moradores
de São Paulo, mais do que Portugal. Precisamos revitalizar nosso quadros associativos, dando espaço à juventude responsável
e consciente.
Urge que os políticos de Portugal dêem maior valor a São Paulo. Enfim, que aqui haja disputa de posicionamentos políticos, em relação a Portugal. Que outros partidos se organizem e disputem espaço. A disputa leal e aberta dará mais vida à nossa comunidade. O debate entre gente de respeito, é sempre sadio e estimulante. Ajuda a convivência. Sociedade sem debate vira pasmaceira...
Portugal de “25 de abril” ainda não acertou
o passo com a nação. Quis interferir de fora e não de dentro, mantendo-se
quase como algo estranho, alheio... Quase uma intervenção alienígena...
1.
Ver e ouvir o povo
A
disputa chama mais a atenção de todos.
Num mundo
plural, é sadio e estimulante a disputa de partidos que atendam às posições
de cada um. O Povo precisa de opções.
Nunca tenhamos medo de ouvir o povo. Ele
tem muito a nos ensinar, se for esclarecido. Mas não podemos simular
ou mascarar o "povo"...Este trabalho deveria contar com o apoio
do Consulado, em São Paulo e da Embaixada de Brasília.
Os portugueses
e luso-brasileiros do Brasil, certamente podem ajudar sua pátria portuguesa,
ou a pátria de seus ancestrais.
Mas precisa ser promovida a formação sócio-política dessa gente para que
faça Política com P maiúsculo,
e não a velha política do compadrio.
A abertura do diálogo evita que sejam sempre
os mesmos a “dialogar”, num espaço
fechado, julgando-se “multidão” e "voz do povo"... (?!). Nesta
“política” fechada sempre se arranja um motim para depois distribuir os
despojos entre os amigos
comparsas. Essa era
acabou (?!).
Vivemos num momento de crise moral, de valores mascarados. Em Política, diz-se o que as pessoas gostam de ouvir e faz-se o que se quer, para tirar vantagem. Enquanto isso, distrai-se o povo com palavras "confiáveis".
Vivemos um momento de muito cinismo e ironia. O povo vai percebendo as "regras do jogo", e responde com ironia...
Por isto são de saudar iniciativas como esta que aqui testemunhamos, do PS
2.
Perspectivas da palestra
Considero esta palestra como abertura de um espaço de diálogo e debate político. Falamos de idéias e não de
dogmas...
Estou aqui para lhes oferecer uma mensagem
lusófona, mas intencionalmente inacabada.
Pouco a ver com as capelas inacabadas
do Mosteiro da Batalha, que é um espaço belíssimo e de muita arte.
É sim um espaço inacabado, pois espero
que, na segunda parte se abra um diálogo franco, em que todos participem,
compartilhando suas experiências, que são muitas. Muitos portugueses de
São Paulo são verdadeiras Enciclopédias vivas e ambulantes: Têm muito a
dizer e a compartilhar.
Minha intenção é passar rapidamente por
muitos temas, sem fechar o assunto. O mais importante aqui é abrir um espaço de diálogo leal e sincero em torno
das políticas de nosso Portugal. Queremos perguntar e buscar respostas...
Talvez haja, nesta aula, o levantamento
de algumas provocações, para
que o diálogo se implante, confiante e produtivo...
Em políticas, tudo é muito complexo, amarrado em condições favoráveis ou adversas.
Quando as pessoas se sentem acuadas, apelam
para a “teoria da conspiração”,
para justificar atitudes antidemocráticas, oportunistas e inaceitáveis.
Neste momento queremos falar das forças matriciais e motriciais que movem e constroem o Portugal de sempre, que vai sendo soterrado
na avalanche da integração abrupta na UE, sem que alguém tenha tido o cuidado
de preservar os valores constitutivos da identidade nacional. Esqueceram que Portugal tem uma identidade muito
especial que merece profundo respeito.
Não dá para ser um bom e competente europeu,
sem ser, antes, um bom e competente
português.
3. O intelectual e o político
Ao intelectual cabe interpretar a sociedade; ao político cabe a gestão do bem público, o cuidado da Pólis - da cidade, da sociedade...
o intelectual convida a pensar a ser consciente e mostra caminhos.
Estou aqui como intelectual, provocando
aqui e ali os brios dos políticos, alguns ainda neófitos que se iniciam nas artimanhas emaranhadas de nossa política,
dentro de uma grande agremiação que é o PS, que também precisa se reencontrar...
Cada um precisa se perguntar: De que lado estou eu? Outros, insistirão: Quais as opções? Que motivos me movem para optar?
O importante é que cada um saiba que cada pessoa pode fazer a diferença, no futuro e no presente de su país e de seu povo.
III
1.
Cidadania
Participativa
Devemos formar as pessoas para uma cidadania consciente e participativa.
As pessoas precisam saber o que as ajuda e o que as prejudica ou atrapalha.
Neste mundo desconcertado, de que fala Camões (ver poema, em anexo), não
podemos mais viver alienados
para não sermos joguete dos meios
de comunicação.
Precisamos saber e ser competentes para optar. Esta
necessidade desconhecimento aplica-se a toda a nossa vida: desde alimentação,
do trabalho, do lazer, até às opções político-partidárias.
A consciência pessoal e política evita
a decisão de cabresto e garante o respeito à vida
O país se faz com gente consciente, competente,
livre, responsável e atuante.
Precisamos saber o que é Liberdade.
Não, liberdade não é poder consumir o que
a propaganda nos impõem ou pensar o que os “donos” do poder estabelecem
como mais favorável aos seus intentos.
Liberdade é sobretudo um estado de alma, onde a pessoa, adequadamente esclarecida e sem pressões ou ameaças ideológicas ou políticas opta pelas idéias em que se sente, ela mesma.
Livre é a pessoa consciente e competente que pode cultivar os próprios talentos e potencialidades e compartilhá-los socialmente, na busca do bem-estar, interior e exterior, num “espaço”, onde os outros também são livres.
Liberdade é vida compartilhada sem intervenções incômodas, que nos “algemam”.
Liberdade não é uma palavra fria, ritual
e embalsamada de político, sociólogo, ou filósofo; é uma palavra
com o calor da vida é a própria vida.
2.
Política com ou contra a nação
A
economia é para as pessoas e
não as pessoas para a economia.
Assim
também a política e a democracia são para as pessoas e não as pessoas para
a política e a democracia.
Já
dizia Antônio Vieira, o nosso maior orador de todos os tempos:
“Os políticos não vêm cuidar do bem do povo;
Eles vêm buscar os bens
do povo”
Paradoxalmente, muitos países conquistaram
a democracia e guindaram ao poder, para representar o povo, homens que prometiam
cuidar do bem comum. E o que vemos em toda a parte?
Políticos eleitos que já se elegem com
intenção de se apoderar dos bens do país, os bens comuns.Com honrosas exceções,
parece ser esta a realidade de muitos países que bem conhecemos.
Infelizmente, parece não ser diferente
no nosso Portugal Democrático.
O
povo, vendo o descalabro moral
que reina no país, vai se desiludindo, impotente e frustrado...
Falta-nos alguém, com a moral e poder da palavra que tinha Rui Barbosa, em 1914, para bradar do alto da Assembléia da República e por toda a parte, denunciando desmandos e falcatruas.
Rui Barbosa foi crítico da monarquia brasileira e atacou os “desmandos” das políticas do Império. O Imperador, D. Pedro II, foi um homem austero, de alto prestígio em toda a nação.
Rui
ajudou a derrubar o Império e a implantar a República. Os desmandos continuaram
se agravando a tal ponto que Rui fazia as mais veementes denúncias da tribuna
do Senado. Dele é o conhecido texto,
que cito. Ele continua válido, nos dias de hoje:
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”
Enfim,
o triunfo das nulidades e da injustiça implanta a vergonha e o caos social...É
sempre assim.
3.
Bases da democracia
Senhoras
e senhores,
Democracia
é o governo do povo, para o povo
e pelo povo.
Mas
o povo precisa saber disso, caso contrário é manipulado por
Alguns entendem, na prática, que a Democracia
é o governo dos políticos, pelos políticos e para os políticos (?!).
O povo precisa saber o que é independência e o que é soberania. Precisa saber o que é democracia. Precisa saber o que é dignidade humana, a dignidade do trabalho e a honra de criar uma família sadia, em termos físicos, sociais e morais.
O
povo precisa saber, por experiência, o que é a honestidade, o que é a justiça,
o que é o altruísmo.
O povo precisa de melhor educação, de melhores
escolas, de melhores professores, de melhores políticos e de melhores governos.
Os Políticos precisam cumprir a sua missão específica: cuidar do bem do povo
e não barganhar o bem público nos projetos governamentais.
4.
A
educação é a coluna mestra da democracia
A educação
séria, competente e responsável é a base de tudo:
Só com melhor educação, serão sanadas as
causas da avalanche de denúncias
que pairam sobre os nossos políticos e sobre nossos governos.
Uma educação sólida e séria que eduque o homem total, com professores de visão holística, consciente e lúcida,
é a coluna mestra da Democracia
participativa.
IV
1.
Liberdade é tomar
atitude
Dou aqui alguns parâmetros que caracteriza o povo educado para a cidadania:
- Um povo bem educado, respeita e faz respeitado
o seu país.
- Não deixa sucatear suas indústrias e
seus empreendedores.
- Não deixa sucatear sua educação e sua cultura. Não deixa sucatear sua política.
- Não deixa sucatear suas terras agricultáveis, sua produção agrícola, sua pesca.
- Não deixa sucatear e poluir o meio ambiente,
a terra, o ar e as águas.
- Não deixa o povo no ócio, desocupado,
desempregado, sem ter o que fazer, sem ter para onde correr, nem a quem
apelar.
A Indonésia queimou então casas e escolas.
Mas o povo conquistou a honra de ser um povo livre e não gente inútil, parasita,
incapaz, dependente...
Os timorenses não queriam o peixe em casa. Queriam
pescá-lo para serem livres.
Grande lição! Será que o mundo fez a lição
de casa?!
2.
Fazer algo por
seu país
John Kennedy, no seu discurso de posse,
como presidente dos Estados Unidos, proclamou, como um solene desafio à
nação:
“Não perguntem o que o Governo pode fazer por
vocês. Perguntem antes o que cada um pode fazer por seu país”
Esta é outra grande lição:
Veja o que você pode fazer pelo seu país.
Quando não se cobravam tantos impostos,
o povo era mais livre para resolver seus problemas. Hoje é dependente para
quase tudo.
Pelo Brasil, nosso segundo país, em ordem
cronológica, fazemos muito.
Aqui estudamos, aqui trabalhamos e aqui
criamos nossos filhos para continuarem amando e trabalhando pelo Brasil,
criando a própria prosperidade e bem-estar. Quem cresce faz crescer o país.
O português, onde está, é fator de desenvolvimento. É o seu natural. É a
sua índole.
Isso é o que o Português sabe fazer muito
bem, nos quatro cantos do mundo, com raras exceções...
Por isso é reconhecido e honrado, por toda
a parte.
O português espalhou hospitais, as santas
Casas, por todo o mundo. Medicina de primeira.
A todos atendiam. Não cobravam nada de ninguém e a ninguém discriminavam...
Os portugueses cotizavam e financiavam o hospital. Era assim até 60 anos
atrás. Há milhares de exemplos não menos eloquentes. Era o atender prazeroso
às Obras de Misericórdia; era o povo solidário na prática
diária.
Não sei se as novas gerações mantêm esse
caráter, esta necessidade de ser útil.
3.
Decadência Manifesta
Parece que, em Portugal, alguns portugueses
estão desaprendendo o quanto é honrado o trabalho... Quanto são engrandecedores
os valores imateriais da cultura,
da verdade, da responsabilidade, da dedicação aos outros, da solidariedade.
Enfim, dos grandes valores que os portugueses
levaram por todo o mundo, muitos estão desaprendendo, principalmente entre os nossos políticos.
Muitos acharam na política um meio de se locupletarem.
4.
Exemplo de trabalho
e honradez
Entretanto, senhores, a política é arte do bem comum. E eu diria que alguns
fizeram da política um covil de ladrões,
desonrando o seu povo e o seu país.
Certo, certo! Isto não é só em Portugal.
É verdade. Mas o fato de haverem outros políticos corruptos, em outros países,
o fato de ser uma doença mundial, em nada nos consola. Não resolve nosso
problema.
Há melhores exemplos a seguir, inclusive
em Portugal, mas por que seguiríamos os piores exemplos?!
Se isto for romantismo, então Portugal
foi sempre um país romântico.
Mas não. Não foi. Foi um país muito prático
e muito humano. Fez o que precisava ser feito.
Talvez os portugueses do Brasil possam
levar alguma colaboração a Portugal, neste sentido e em outros.
A maioria dos portugueses aqui se fez (fez
a América) com trabalho duro, competente, dedicado e constante, trabalhando,
às vezes, de sol a sol. E venceu.
Venceu porque se dedicou.
Idiotice?! Não. É questão de honra
e orgulho de participar sem regatear.
A
ousadia sempre foi a grande marca dos portugueses, através da história e nos quatro
cantos do mundo. Qualquer que seja o Governo que assuma o poder, não pode
desonrar a nossa história, construída com sangue, honra, competência e dedicação.
Foi com muita honra
e ousadia que os portugueses levaram avante a grande,
épica e penosa aventura dos Descobrimentos; foi com honra e competência
que os portugueses mantiveram a soberania nacional, através dos séculos
enfrentando forças muito superiores em armamentos, que quiseram dominá-lo.
Os portugueses foram maiores em competência e honra, por isso venceram.
Foi com muita honra, muita
persistência, muita competência e muita generosidade que os portugueses
fizeram este país continental, multirracial.
Devêmo-nos espelhar
sempre neste grande poema de Fernando Pessoa:
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Este é um texto épico grandioso.
Fernando Pessoa só pode ter chegado a sua elaboração num momento da mais
alta inspiração.
Este poema merece ser gravado em placa de granito e escrito em letras de ouro. É o que chamaríamos “POEMA DE PLACA”. É um poema para ser lido e meditado por pessoas que não abdicaram do dever de pensar e que não se comprazem no meio da mediocridade. É um texto para quem sabe que nasceu para a grandeza, e que a grandeza está dentro dele e não fora.
V
1.
Portugal, obra
dos Templários
Portugal, desde o seu nascedouro, em 1.140,
com D. Afonso Henriques, é um país muito especial. Foi criado pelos Templários, que foi, por quase três séculos,
a maior organização do Ocidente. Foi sempre um genial projeto templário.
Após a extinção dos Templários, por triste jogada política, do rei da França,
sucedeu à Ordem do Templo, a Ordem
de Cristo, criada por D. Dinis, já no século XIV.
As Caravelas
dos Descobrimentos ostentavam claramente sua ideologia: o logotipo da
Ordem de Cristo/Templários.
Os Governadores do Brasil, por alguns séculos,
eram Cavaleiros da Ordem de Cristo/Templários.
2.
O luso-tropicalismo
Aqui, no Brasil, os portugueses quiseram
fazer uma nova civilização, no
Novo Mundo.
Em pleno Rio Amazonas, no séc. XVII, Vieira sonhou o sonho do 5º Império de Cristo, também chamado Império do Espírito Santo.
Grandes autores, como Gilberto Freire, decantaram a grande obra
da Civilização Portuguesa nos Trópicos – o Luso-Tropicalismo – a que ele chamou “O mundo que o português criou”.
Para Gilberto Freire a obra dos portugueses no Brasil foi uma obra de gênio.
3.
Ingrata pátria
Apesar da magnitude e qualidade da obra
dos portugueses pelo mundo; apesar
de todas as milhares de pessoas que deram
a vida pela grande obra, muitos, em Portugal, nos últimos 35 anos, orquestrados
por outras potências que sempre
cobiçaram a grande obra civilizadora de Portugal, e até a combateram, hoje
semeiam, em nossas hostes, e em nosso povo, sementes da discórdia e ressentimentos.
Maldizem
a grande aventura dos Descobrimentos, e a difusão da nossa cultura, que é um dos maiores
galardões de Portugal no Mundo,
com mais de 600 anos de história. Já foi assim ao tempo de D. João II.
Os “Velhos
do Restelo” já estavam na ativa, criando obstáculos...
A arrogância de alguns, ditos revolucionários
, parece que quiseram zerar o passado.
Começaram do nada e desestruturaram o país...
Houve, sim, muitas atitudes deploráveis
na tarefa dos descobrimentos e no convívio com os povos colonizados. No
entanto, o saldo, para a civilização foi altamente positivo.
A colonização contou também com algumas
pessoas de moral precária. Assim é em toda a ação humana. Não há seara sem alguns pés de cizânia, por
deplorável que seja...
No entanto, não podemos matar a águia só porque algum piolho se
aninhou em suas asas.
O costume de outros povos é escrever em granito os seus grandes feitos.
A pequenez é relegada a rodapés de
apêndice das obras para que sirva de lição. Alguns portugueses invertem
a equação... Por quê e Para quê?
4.
Benefícios da Colonização
O novo cardápio
na Europa - Globalização
Não podemos esquecer, por exemplo, para
dar apenas um exemplo, que os descobrimentos sanaram a fome da Europa, a qual, sem este empreendimento, não resistiria
à fome:
Verifiquemos quais são os alimentos básicos
da Europa, hoje:
O milho, a batata, o arroz, o feijão, o
açúcar, etc, etc. Donde vieram as
mudas e sementes dessas plantas? Dos países descobertos, no século XV e
XVI.
As plantas
européias e os animais de carga
também viajaram nas caravelas
e se transplantaram e multiplicaram por todo o globo.
Com o Brasil e com toda a América do sul, e do Norte, da
África e do Oriente, do Japão e da
China, os Portugueses trocaram plantas frutíferas e ornamentais. A primeira
globalização acontecia ali.
De toda a parte recebemos a riqueza de novas plantas e por toda a
parte levamos as nossas plantas.
Levamos também a nossa cultura e os nossos costumes
e aprendemos a cultura e os costumes
de outros povos.
Globalização da cultura, do sistema alimentar,
da economia e das pessoas, através
da miscigenação.
Foi enciclopédica
a obra da civilização portuguesa no mundo. Lógico que nela há ações
a deplorar, como fez o “Velho do Restelo”. Mas há muito mais ações grandiosas a decantar, como fez Camões e muitos mais.
V
1.
A Descolonização
O processo da descolonização foi lamentável,
por não ter sido adequadamente preparado. Mas o desfecho foi ainda pior, pela traição aos fiéis aliados.
O abandono apressado condenou milhares de inocentes aliados
à morte prematura. Entregámo-los aos seus inimigos.
Sim. Sei que outros dirão exatamente foi
o contrário.
Aqui não polemizamos. Observamos os erros
que mancham a honra da Pátria, sem indigitar os culpados. Infelizmente as
provas são irrefutáveis e muitas.
Repito:
Isto é campanha orquestrada por um pensamento decadente. Inimigos internos
e externos, sempre os houve. Mas hoje o país está perdendo a defesa natural
dos anticorpos que vão devorando
o corpo social.
Há no país, como em todos, muitas pessoas
“apequenadas”. E falam de um país pequenino. Equívoco. Não é apenas a dimensão geográfica
que faz o país grande.
O complexo
de pequenino dói. É falta de imaginação. Pequenina é a consciência político-humanista
de algumas pessoas.
Há outros países pequenos que vivem muito
bem. O que há com Portugal?! O que falta?! Civismo?!
2.
A nação real
O País se dependurou nas benesses da Europa desenvolvida e deixou
suas terras ao mato, improdutivas. Vem o desemprego e a recessão e as pessoas
não sabem mais o que fazer. Dependem dos outros países para se alimentar.
Temos uma nação dependente? Todos reclamam. Deixaram fugir a solução da
própria mão. O país negocia e assina acordos multilaterais que beneficiam
alguns, mas esquecem o povo.
Pessoas néscias, inábeis e despreparadas,
de curta visão, implodiram a índole e a alma da nação.
Houve um grande susto quando, sem querer,
deram voz ao povo e perceberam
que o “ditador” Salazar, por tantos achincalhado, era, às ocultas, venerado
por toda a nação. E a voz do povo ninguém cala... Aqui não tomo posição,
apenas registro.
Em vez de maldizer o povo, pois ele é a
nação real, é preciso reequacionar o próprio discurso e a própria atuação.
Até recentemente quem mostrasse estima por Salazar, poderia ser “democraticamente”
“apedrejado”, em praça pública, demonizado... Os tempos mudaram.
3. Complexo de
culpa artificial
A história de Portugal tem muitas honras
e glórias. Por que só insistir nas reais ou arranjadas falhas?! Alguns portugueses,
de hoje, vivem um falso complexo
de culpa e de inferioridade,
que tem que superar e abolir.
Penaliza-se pelos descobrimentos;
penaliza-se pela colonização
de outros povos e pela civilização que lhes levou;
penaliza-se pela miscigenação;
penaliza-se pelo processo desastrado da
descolonização;
penaliza-se pelos políticos que o governam.
E que mais? Basta!
4.
Construir o futuro
Senhores,
Chega de
lamúrias artificiais. Vamos às soluções...
Vamos abrir os olhos. Temos muito mais
pontos positivos a considerar. Mais do que isso: enquanto “choramingamos”
não vemos o futuro e sol que nos sorri.
Diz um provérbio oriental:
“Se choras
por teres perdido o sol,
as
lágrimas não te deixarão ver as estrelas”
Assim não podemos planejar um futuro melhor;
estaremos sempre sanando problemas imediatistas; acusando-nos mutuamente.
É preciso olhar para a frente, mantendo
o retrovisor bem ajustado.
5.
Auto-estima
Temos de pensar no futuro do País, nas
futuras gerações. Para elas devemos deixar um país melhor, num mundo melhor,
com mais auto-estima.
6.
Portugal visto do Brasil
Os portugueses do Brasil não têm tais complexos de culpa e de inferioridade.
Nós queremos bem ao país que nos viu nascer e que nos deu nossa base cultural,
impressa indelebelmente em nosso subconsciente. Quem olha o país de fora
vê outra realidade e outras possibilidades.
Assim, digo, sem receio, e em plena consciência
cívica: os portugueses do Brasil poderão, ajudar Portugal a sair do emaranhado
em que se meteu, superando seu complexo
de culpa.
Não terão soluções feitas, pois estas não
existem. Temos a competência do diálogo franco, para pensar juntos...
Diz Vieira que os melhores portugueses
são os que partiram. Fala dos
portugueses de muitos passos e os de muito paço:
os de muitos passos vão à luta e constroem
com o próprio mérito; os de muitos paços
vivem aquartelados sob os mimos do poder, nos palácios do governo...
7.
PS.SP é uma nova
luz que surge
É por isso que saúdo a Nova Diretoria do
PS, fazendo votos que tenha voz ativa, lúcida, positiva e ousada, diante
do PS, em Lisboa. Não vão lá só para aprender; vão lá para cooperar, para
compartilhar as vivências no Brasil.
Não podemos esquecer que o PS nunca foi
muito favorável a respeitar os portugueses de fora da Europa. Isto é mais
um paradoxo estranho. Aqui não perguntamos “por quê”?
Outros países da Europa, respeitam mais
os cidadãos de seu país que vivem no Brasil. Afinal, o que quer o PS? Esperamos
que esteja mudando de atitude.
Recomendamos que o PS crie logo a juventude
Socialista de S. Paulo para revigorar nossa comunidade luso-brasileira.
8.
A “Pátria da onisciência”
Todos sabemos que os portugueses ouvirem
os luso-brasileiros é uma hipótese difícil. Até porque, em Portugal, os
portugueses são considerados dogmáticos.
Sabem tudo e muito mais. (É uma atitude
a considerar: o sábio Sócrates pensaria o contrário). Isto não é
de agora. Os representantes do Brasil nas cortes de Lisboa, em 1822, já
foram maltratados. No entanto havia pessoas de alto gabarito, como o Senador
Diogo Antônio Feijó.
O grande intelectual e poeta patrício,
Jorge de Sena, em texto publicado em 1948, já deplorava tais atitudes:
“Vivemos na Pátria da onisciência. Torna-se
extremamente difícil procurar, em público, querer saber alguma coisa ou
ensinar outra qualquer (...) sem corrermos o risco de nos inferiorizarmos
aos olhos dos demais, que já sabem tudo, ou de parecer que pretendemos inferiorizá-los
a seus próprios olhos”.(Jorge de Sena)
Isto não é uma crítica nem uma agressão.
É apenas uma provocação. O estereótipo
existe? É preciso superá-lo?
Numa situação destas, teríamos um diálogo de surdos... Mas isto deve estar
sendo superado.
Damos o voto de confiança de que no PS
não é mais assim. Afinal, é um partido democrático... Quem é democrata está
sempre disposto a ouvir e a aprender. Esta é atitude normal dos sábios.
Estamos já entrando mais explicitamente
no tema nuclear desta palestra.
VI
1.
Aurora do socialismo
em Portugal – Antero de Quental
Inicialmente queremos falar das origens
do Socialismo em Portugal.
Quem primeiro aderiu ao socialismo, em
Portugal, foi o nosso extraordinário poeta, pensador e defensor dos excluídos,
Antero de Quental e seus companheiros. Este era, efetivamente, um homem
que tinha um coração maior que o mundo. Aqui não poderíamos deixar de homenagear
a memória deste homem.
Em 1871 cria, com seus companheiros da
chamada geração de 70, um evento que fez história: “Conferências do Casino de Lisboa”. Na 2ª Conferência, Antero dissertou
sobre o tema: Causas da Decadência
dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos. Desenvolveu uma doutrina
que ainda não foi de todo superada, 140 anos depois.
Estes fatos ocorreram no percurso da revolução industrial que alterou profundamente
as relações de trabalho, no mundo.
Nessa ocasião surgiram documentos que fizeram
História: O Manifesto de Marx
(1848); e a Rerum Novarum (1891) do Papa Leão XIII, sobre a doutrina social
da Igreja.
Eram tempos tumultuados de mudanças na sociedade e nas relações de trabalho.
A índole positiva e conciliadora de Antero
fica muito clara neste texto:
“Soframos
com paciências as injustiças deste mundo, que, afinal, é mais ignorante do que mau, e, em suma, bastante infeliz por seus
erros e ilusões, para que por ele tenhamos mais piedade do que ódio.”
2.
A cosmovisão de
Antero de Quental
Antero foi sempre um homem consciente,
um homem de bem. Defendia o direito dos povos. Já em 1860, ele mostrava “repulsa pelos aduladores do povo, piores do que os aduladores dos reis. São pregadores
do ódio”.
Em 1870 aderiu ao Socialismo e preparou-se
para sua implantação em Portugal.
Aderiu ao Socialismo de Proudhon, que é muito anterior ao marxismo.
Antero foi o fundador do 1º Partido Socialista Português.
Marx classificou a doutrina de Proudhon,
como utópica.
Dizia Antero: “Revolução não quer dizer guerra, mas sim paz; não quer dizer licença,
mas sim ordem”(Pg. 84).
Doente e desiludido com as atitudes anti-socialistas
e interesseiras, de algumas lideranças,
Antero recolheu-se aos Açores, onde morreu, no dia 11 de setembro de 1891,
na praça S. Francisco, ao lado da cerca do Convento da Esperança, sentado num banco.
Hoje, o local é marcado, com uma âncora
no muro e um banco ao lado. Quem
for aos Açores, Ponta Delgada, não pode deixar de visitar este lugar onde
morreu um grande herói nacional...Um Santo de Nosso calendário Civil.
VII
1.
Sentir a alma do
País
Para entender as dimensões dos acontecimentos
em Portugal, é preciso entender a alma do povo deste país. Este povo tem uma história bela, heróica,
honrosa e invejável. Só alguns portugueses pós 25 de abril não sabem isso;
e ainda dizem o contrário. As pessoas que não gostam de estudar não sabem
o que deveriam saber.
Exaltou o seu país, em Roma, no dia 13 de junho de 1670; um ano depois iria
apontar os defeitos do seu país.
Diz Vieira:
Em
1670
“preguei aos portugueses as luzes da sua nação; agora (13, junho,
1671) lhe descobrirei (...) as sombras
das mesmas luzes”.
Sim, efetivamente, Portugal tem muitas
luzes, mas também tem sombras. É inevitável.
Portugal é um livro aberto, cheio de histórias
para contar. Muitas dessas histórias nos enchem de orgulho, outras nem tanto.
Temos uma história honrosa e gloriosa e também história de traições escabrosas.
É próprio da condição humana. Sobressaem as primeiras, gloriosas, mas não podemos esquecer
o lado cinzento que também nos traz grandes ensinamentos. Não podemos inverter
os valores, “onde o menos vale mais”.
2.
História repartida
em memoriais
A grande história de Portugal é a história
do Povo Português. Toda essa História está escrita, em monumentos, que são
nossos memoriais; são marcos históricos encadeados.
Cada monumento é uma eloqüente lição de civismo, para quem sabe ler algo
mais do que o que lá se vê. É preciso ler com os olhos da alma.
Em cada canto há uma história.
Em Portugal, como na Grécia ou Roma, as pedras tem histórias e lições de vida.
São histórias mais vivas do que aquelas
que nos relatam os livros; Histórias
em Pedra. “Cais, saudade em pedra”
diz Fernando Pessoa.
3.
Monumentos, como
lições de civismo
Precisamos visitar os nossos monumentos
buscando lições de civismo escritas
com o sangue de pessoas que amaram a nossa terra, a ponto de, por ela, darem
a vida.
- É assim que se visita
o Convento de Cristo,
em Tomar, a poucos quilômetros de Fátima.
Este monumento é uma grande lição dos Templários e da Ordem de Cristo que
lhe sucedeu.
Aí o Infante Dom Henrique reunia os sábios
de todo o mundo, para preparar o grande projeto dos Descobrimentos, o monumental
feito de todo um povo. Logo à entrada do Castelo vemos uma bela estátua
do Infante D. Henrique.
- É assim que se visita a Universidade
de Coimbra, grande centro de
inteligência e uma das primeiras universidades do mundo.
- É assim que se visita o Mosteiro de Alcobaça, a primeira escola
técnica portuguesa. Aí os monges estudavam a terra e ensinaram o povo a
plantar e dar mais produtividade às terras, para
alimentar aquela gente, a partir do séc. XII.
- É assim que se visita o Mosteiro da Batalha que relembra a batalha decisiva
que garantiu a independência de Portugal, contra as pretensões de Castela.
Esta batalha celebrizou o Condestável Nuno
Álvares Pereira que, com 5.000 homens venceu um exército de 30.000 do
inimigo. Este é um resultado que só um povo muito forte e ágil alcança.
- É assim que se visita Alenquer, onde a Rainha Sta. Isabel
deu ao mundo a Folia do Divino, aclamando a Era do Espírito santo onde todos
são iguais em torno de uma mesa posta para todos e onde o rei senta ao lado
do plebeu. A coroa do Imperador do Divino vai a cabeça de uma criança. Honra
seja feita aos Açorianos que levaram essa lição por toda a terra.
- É assim que se visita Lisboa, Porto,
Sagres, no Algarve, Braga e enfim todo o Portugal, das idéias, às vilas
e cidades, e do mar às serras. É assim que se olha o Tejo, a Torre de Belém,
etc.
4.
Sentindo a força
da natureza – Força do Povo
- É assim que se visitam os grandes vinhedos
do Porto e de Norte ao Sul do País.
- É assim que se visitam as plantações
de carvalho, a árvore que dá cortiça; os olivais, para a produção de azeitonas
e azeite; as plantações de cerejas na Beira Baixa e as plantações de amendoeira
no Centro e Sul do país, com destaque para
o Algarve.
- É assim que se visitam as belezas dos
Arquipélagos dos Açores e Madeira.
- É assim que visita Portugal inteiro e
suas ilhas. É assim que se observa o povo, em simples conversas; é assim
que se aprecia a variada arte culinária e a arte de comer, de beber; é assim
que se aprecia a música do povo e a alegria
de conviver com aquela gente diferente, de uma sabedoria simples e preciosa,
que os olhos profanos não conseguem ver..
- É assim que se apreciam as manifestações
da cultura popular, nas festas cíclicas de cada vida e de cada aldeia.
- Finalmente é assim e neste contexto,
que se aprecia o Socialismo Democrático,
de Antero de Quental ao nossos dias,
passando pelo 25 de abril de 1974. Chegamos assim à 3ª Parte de nossa palestra.
IX
1.
A mudança como
condição vital
As pessoas têm medo da mudança. Resistem-lhe.
A mudança dá uma certa sensação de perda... Mas há também ganhos, se as
mudanças forem dentro de normas regulares e não manipuladas por oportunistas,
que estão sempre à espreita, para tirar vantagens.
Seguindo leis vitais, no mundo, tudo muda.
Mudam as estações e mudam as idades e mudam os rumos da história. Para o
bem ou para o mal, esta é a lei da vida. No mundo tudo muda na espiral permanente.O
futuro não nos é dado. Cabe a nós construí-lo.
2.
Mundo em Construção
O mundo estará sempre inacabado; em construção.
Deus fez os humanos, com uma incumbência: continuar a construção do mundo
Isto não é um determinismo intocável. Não.
As pessoas fazem a história. São livres para agir e para reagir. Cada ação
provoca nova reação. As pessoas respondem pelo que fazem, com mérito ou deméritos.
É a força vital da dialética da história.
Nada é fixo, e nada se repete. A sequência ondular de tese, antítese e síntese,
prossegue seu rumo.
O dia é composto de: manhã, tarde e noite.
A vida também. Que diga a charada da esfinge ao rei Édipo.
Todas as mudanças sociais pressupõem audácia
de alguém ou de algum grupo social. E toda a audácia comporta erros e acertos.
É fundamental descobrir os erros, tão depressa quanto possível, para aprendermos
com os erros e corrigi-los em vez de escondê-los (Karl Popper).
Corrigir os erros é prevenir novas reações
e novas convulsões .
Os medrosos, acuados, que sofrem pressões
dos contrários, acabam perdendo o momento de mudança. Nova revolução ajusta
a dinâmica da sociedade às vezes com grandes desconfortos da população.
É a dinâmica
do poder, que pode passar de mão em mão, mas não é propriedade de ninguém.
O poder é da sociedade, enquanto sistema
de relações interpessoais. É por isso que se diz que as comunidades desorganizadas são tuteladas.
Aqui entramos no penúltimo tópico de nossa exposição
X
1.
Política como ciência e arte
Diz Tomás de Aquino:
“A política
é a ciência, a virtude e a arte do bem público”
A omissão, a apatia e a passividade não
se coadunam com a dinâmica do mundo moderno.
Todos somos responsáveis pela nossa comunidade,
pelo nosso povo, pelo nosso mundo.
Todos precisamos saber e querer fazer a
nossa parte.
A sociedade nos chama: Faça a sua Parte!
Não se omita!
Na omissão
e na ausência das pessoas responsáveis abre-se espaço para os aproveitadores,
para as salamandras.
Política é a arte de cuidar do bem público, com
o povo, pelo povo e para o povo.
Para as pessoas sem caráter, é a arte de se apoderar dos bens públicos,
como dizia Vieira, no século XVII.
Antônio Vieira sempre arguiu o pecado
da omissão, que muito o precupava.
No websítio www.alfa8omega.blogspot.com
há um texto clássico de Vieira sobre a omissão. Merece ser lido.
2.
Gestor como guardião
da liberdade
O bom gestor, em qualquer empreendimento,
é o guardião da liberdade, da justiça,
da prosperidade e do bem-estar de todos; é o avalista da paz, harmonia e cooperação,
entre os seus.
O bom gestor está na frente dos acontecimentos,
precede o viajante, nas estradas
da vida, para que as pessoas passem
em caminhos sem armadilhas.
O bom gestor antecipa-se, vê as causas
e resolve os problemas antes de eles eclodirem. Todos sabem como um conflito
ou uma guerra começa, mas ninguém sabe como termina.
Todo o comportamento abusivo e antissocial
deve ser, prontamente coibido, nos termos da lei vigente, para que não seja
inviabilizada a sociedade por alguns de caráter precário.
3.
Divergir é compartilhar
Dirigir um empreendimento não é administrar
conflitos: é prevenir os conflitos.
Quem passa a vida enfrentando conflito,
não lhe sobra tempo para a produtividade...
A discórdia é sempre má conselheira. Os
debates leais e a diversidade de opiniões são sadias, democráticas, essenciais
para selecionar as melhores alternativas.
Debater é compartilhar, é cooperar, é participar.
É o que viemos fazer aqui, hoje.
A divergência construtiva é prova de vitalidade
democrática.
Quando a divergência é mal vista, a democracia corre perigo. Há fascismo à espreita.
Quando o poder constituído tudo faz para
uniformizar o pensamento, em
torno de suas causas, cai no fascismo.
É sabido que, na formulação do grande intelectual francês, Roland Barthes:
“O fascismo não
impede de pensar,
mas obriga a pensar
o que a autoridade permite”
É o caminho do pensamento único, do livro único.
Perseguir quem pensa diferente é sinal
de fraqueza. Mas não nos iludamos: a fraqueza existe e é má conselheira.
Que a exposição de idéias não vire denúncias
e agressões estéreis, provocação de confrontos... Que não vire duelos verbais
com segundas intenções e não
na busca do bem comum. Divergir não é afrontar.
Neste caso não seria estratégia de soma mas
de divisão, de queda de braço.
XI
A)
SERVIR AO SEU POVO
1. Política como doação
e não como negociata
Senhores,
Entrar na política pela portada frente
é entrar para doar-se à nação, ao
seu povo e não para tentar se arranjar.
É pôr seu tempo e sua inteligência e seu afeto a serviço de seu povo, do
bem comum. É servir ao desenvolvimento integral de seu país.
Por estranho que pareça isto não é romantismo. Esta é a essência da política.
Saindo daí entramos em outros conceitos que seguem outros rumos escusos,
como a falta de ética na política, chegando ao crime organizado...
O que vemos é que a nossa sociedade está
carente de políticos que não
ponham os próprios interesses acima dos interesses públicos.
Esta é a política da selva, a lei do mais forte. Mas ainda temos bons políticos
por toda a parte, embora estejam rareando. Lastimavelmente. Entrar na política
para “se arranjar” na vida é golpe baixo na confiança do povo.
O conceito clássico de político é hoje considerado romantismo fora de moda.
Entretanto, retomar o conceito é o caminho
da prosperidade, da justiça, da liberdade e
da paz.
Política está a serviço da nação; caso
contrário não é política. O nome é outro, ou muitos outros.
B) PLURIPARTIDARISMO
2. A diversidade desperta o interesse
O regime português, como o brasileiro,
é democrático e pluripartidário.
Os grandes partidos políticos de Portugal
são hoje grandes organizações, buscando espaço na comunidade. Isto é legitimo.
Cada um deve, sim, lutar pelas idéias em que acredita.
Democracia é isto: exposição de idéias
e liberdade de opção. O cabresto é má “política”: é manipulação.
Aqui, em São Paulo, também há outros partidos
de Portugal, disputando espaço entre os portugueses e luso-brasileiros.
O PSD está em plena atividade. Isto é muito bom. É a pluralidade democrática. Na democracia, todos têm o seu lugar e o
respeito às suas idéias, que se espera serem leais e sinceras não golpistas.
A diversidade e o debate de idéias desperta
interesse e participação onde não há diversidade não há disputa e semeia-se
o desinteresse.
O que se espera é que, à parte da disputa
partidária, todos lutem pelo seu país. Que todos somem as próprias competências e as compartilhem a serviço de todo o povo.
É assim que os governos se legitimam: representando
e respeitando a opinião da maioria e ouvindo a todos.
3.
O povo no poder?
O Governo
democrático é o povo no poder, mais que o partido no poder.
Governo democrático é governo do povo, pelo povo e para o povo.
Não é governo do partido, pelo partido
e para o partido, pois isto seria traição à democracia.
Partidos fortes, diversificados e bem formados são a força da democracia. Partidos fortes mas com princípios deturpados
são a fraqueza da democracia;
levam à tirania mascarada e levam
o povo à fome e à desilusão.
Não há real democracia, sem uma educação
de qualidade, para todos.
A Comunidade Portuguesa e Luso-Brasileira
está carente de eventos que motivem
sua união em torno de uma bandeira.
XI
1.
O
povo no poder?
Vive-se, hoje, em Portugal, a gerência
do Socialismo Democrático, com muitas inconsistências que o fragilizam.
Mas ao fim e ao cabo, as normas do País são aprovadas na
Assembléia da República, onde todos os partidos debatem abertamente princípios,
às vezes antagônicos, outras vezes intercomplementares. Teoricamente estão
representadas, na AR, todas as correntes
do pensamento português. Só teoricamente, quando não interferem forças escusas.
Isto não é uma questão formal mas real.
Neste vácuo abre-se o espaço da arrogância,
da ganância, como subprodutos da ignorância.
Estas três palavras podem rimar com
tragédia, com prepotência e tirania...
O resto, para muitos, é romantismo e o povo é simples massa de manobra.
É preciso vencer esta fase que semeia insegurança
e descrédito. Precisamos de uma educação competente que eduque o povo para a cidadania atuante
e responsável.
2.
Socialismo Democrático
um sistema plural
Em si, teoricamente, o Socialismo Democrático,
se autêntico, pode atender os interesses do povo.
O Socialismo Democrático, na teoria, é
um sistema pluralista, como as nossas sociedades
modernas são plurais.
Os vários
pluralismos têm, em comum, a valorização
dos grupos sociais: valorizam o indivíduo e reduzem o Estado.
Nosso tempo é um tempo de desafios, sucedendo desafios.
O Socialismo ideal, que pode se confundir com o socialismo utópico, surgiu com a Revolução Industrial. Pugnava por
uma sociedade mais igualitária.
Veio o socialismo marxista, que não alcançou êxito e criou mais problemas
que soluções. A queda do muro de Berlim marca a grande derrocada.
O Socialismo real é o composto de modalidades
específicas, em diversos países. É o socialismo possível.
Todo o regime político precisa da cobrança da nação, para não afrouxar sua atuação.
3.
Por um mundo multipolar
O fato concreto é que, no século XXI, com
a derrocada do neoliberalismo,
o socialismo voltou à agenda
da sociedade, em alguns países.
Nosso mundo precisa ser multipolar. O unipolarismo escancara as
portas da tirania universal.
A arrancada do socialismo democrático é bem-vindo, quer esteja no PS, na Social Democracia
ou em outro sodalícios. Cada um tem uma linha de ação.
O socialismo ajuda a humanizar o “todo poderoso” capitalismo.
Pode ajudar a implantação de uma sociedade mais justa, com mais bem-estar e qualidade de vida para
todos. Isto aliás, é o que todos deveriam fazer.
XII
1.
O multipartidarismo
O Socialismo Democrático, em teoria, é
uma alternativa de diálogo com o capitalismo voraz.
O pluralismo, com a diversidade de idéias
e de organizações, abre espaço para a cooperação, por caminhos diversos,
representando uma parcela dos reais interesses da nação, que são sempre
plurais.
Para representar o país exigi-se uma pluralidade
partidária atuante, articulando forças, pelo bem comum.
A diversidade
de opiniões e de apreensões da realidade é essencial, em nosso mundo
tão complexo.
Por falta de ver todos os lados da realidade, muito boas iniciativas desmoronam,
rejeitadas por suas inconsistências. Falta-lhes representatividade.
2.
Olhar e ouvir o
outro lado
Estamos num mundo em que o plural
e a diversidade, a diferença e a desigualdade se sentam à mesma mesa,
com real interesse de ver e ouvir outras manifestações, de outros posicionamentos, às vezes complementares ou até contrários.
As pessoas empreendedoras estão sempre
em busca de alternativas, na
dinâmica social, para prevenir inconsistências e até o decorrente fracasso.
3.
O “Velho do Restelo”
no contraponto
Camões, nos Lusíadas, deu-nos uma grande
lição: ao decantar a grandeza dos Heróis dos Descobrimentos, como o grande
projeto da nação, deu espaço, no próprio poema épico, ao Velho do Restelo, que verberou com eloqüência, o lado negativo e considerado prejudicial do projeto, uma solene denúncia das incongruências dos tais feitos. Olhou o outro lado da questão. O custo social e econômico era muito pesado.
Isto não podia ser esquecido. Era muito sofrimento com incerto resultado.
Foi uma eloquente advertência. Camões não
se calou.
4.
Princípios que
regem o Socialismo Democrático
O Socialismo Democrático, na teoria, é
um sistema de governo sério e competente. A prática nem sempre corresponde
às propostas teóricas.
Em relação ao Marxismo, o Socialismo Democrático
é um sistema heterodoxo.
É um regime de alicerces humanistas; um sentido plural em sua apreensão do mundo.
Aceita como princípio a diversidade, a liberdade de opinião, abolindo,
teoricamente, a figura esdrúxula do “inimigo
do povo”. (Na prática, notam-se algumas exceções, tais como o “banimento”,
não formal mas real, das pessoas do regime precedente).
O Socialismo Democrático, na teoria, segue
uma linha humanista muito próxima da Democracia Cristã, presente em todo o
mundo de raiz européia, sob a tutela de protestantes ou de católicos, ou
dos dois.
XIV
DESAFIOS DO PODER - NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA
1.
A Teoria na prática é outra
É sabido que
as propostas e diretrizes formuladas pelos estatutos dos partidos,
geralmente são apenas tomadas como
balizas da atuação. Na prática cotidiana repete-se o refrão: “na prática, a teoria é outra”. Sempre
depende das pessoas e das circunstâncias, e do caráter, e das virtudes e/ou
arrogâncias, e também da mentalidade de serviço
ou da gerência de cada grupo que assume o comando.
A arrogância do poder político muitas vezes
leva as pessoas aos mais incríveis desmandos. É assim que, muitas vezes,
o que se propõe, como democracia, assume atitudes de detestável tirania.
As pessoas de caráter precário, cativam
o povo eleitor com belas promessas e depois de eleitos agem na contramão de tudo o que prometeram e ainda do que continuam a apregoar.
Para fechar os olhos e a boca da oposição
sadia, lançam mão da “teoria da conspiração”.
Neste contexto é bom recordar o poema de
Camões: Ao Desconcerto do Mundo.
2. Teste de
viabilidade dos Partidos no Poder - desafios
Para comprovar ser plenamente viável, o
Socialismo Democrático tem de mostrar ser capaz de fazer algo significativo,
com marcas profundas.
pela liberdade, pela solidariedade e pela
justiça, nas relações interpessoais,
pelo desenvolvimento do país, (desenvolvimento
da indústria, da agricultura e do comércio);
pela promoção do desenvolvimento sustentável,
com respeito ao meio ambiente;
pela oferta de uma educação séria e competente a todos, em todos os níveis, da educação
infantil, ao nível superior, e à pós-graduação;
pelo cuidado em preservar os valores imateriais da nação (a cultura
e a filosofia de vida), cuidando de formar uma sociedade competente, responsável,
solidária, altruísta e produtiva...;
pelo cuidado em promover a paz e o bem-estar
social, com qualidade de vida;
pelo cuidado em estimular empreendimentos
na indústria, na agricultura e no comércio que abram mais postos de trabalho
para todos, abolindo o desemprego. Etc.
Por enquanto, muitos desses elementos manifestam
uma constrangedora precariedade. Não convencem. Mas o Partido no Poder tem
força para vencer impasses.
Um amigo, então prefeito de Aveiro, na
década de 80, em conversa particular, desabafava:
Os políticos de hoje pensam que o desenvolvimento
se reduz à economia. Só sabem fazer contas...Nada mais lhes interessa.
Estão comprometendo a saúde cívica do país...
3.
Por um Pacto Político
Dissemos atrás da necessidade, estrutural
e política, de todos os partidos tomarem duas atitudes como princípios:
1)
O partido
deve levar a sua mensagem ao povo, para que o povo conheça suas reais
posições, sua visão de mundo e em que e como poderá melhorar efetivamente
a qualidade de vida das pessoas. Como pretende garantir a identidade do
país e a auto-estima da população... Comprovar o teórico com a prática.
2)
Que,
após as eleições, os partidos façam um pacto
permanente de sempre votarem juntos, todos os projetos, que efetivamente
beneficiam o povo, definindo uma pauta mínima, em que todos estão de acordo.
3)
Que
os interesses partidários jamais
se sobreponham aos interesses da nação.Que se combata sem tréguas a corrupção
e o desperdício público ou privado; que se implante a ética e a transparência
na política.
O texto integral [em construção] desta
palestra encontra-se no websítio: www.portaldalusofonia.com.br/poderpolitico
Como suporte conceitual
consulte: Novos Rumos para o Nosso
Mundo –– A Macrópolis do
Pacto Mundial.
i
POLÍTICA
E CIDADANIA
LUSO-BRASILEIRO
BIBLIOGRAFIA MÍNIMA
BARTHES,
Roland. Aula. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix,
1980.
BASTOS,
Cristiana; ALMEIDA, Miguel Vale de; FELDMAN-BIANCO, Bela. Trânsitos coloniais – Diálogos críticos luso-brasileiros. Campinas:
Editora Unicamp, 2007.
BENJAMIN,
Walter. A modernidade e os modernos.
Trad. Heindrun Krieger
M. da Silva, Arlete de Brito e Tânia Jatobá. Rio de Janeiro: Edições Tempo
Brasileiro, 1975.
BENJAMIN,
Walter. Documentos de cultura, documentos
de barbárie – Escritos escolhidos. Trad. Celeste H. M. Ribeiro de Sousa. São Paulo:
Cultrix, 1986.
BERLIN,
Isaiah. Limites
da utopia – Capítulos da história das idéias. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
BOBBIO,
Norberto. As ideologias e o poder
em crise. Trad. João Ferreira. 4. ed. Brasília:
UNB, 1999.
BOBBIO,
Norberto.Igualdade e Liberdade. Trad.
Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Ediouro,
1996.
BORGES,
Paulo. Tempos de ser Deus – A espiritualidade
Ecuménica de Agostinho da Silva. Portugal:
Âncora Editora, 2006.
BOURDIEU,
Pierre. A economia das trocas simbólicas.
Org. Sergio
Miceli. 6. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2005.
CALVINO, Italo. Seis propostas para o teceiro milênio.
CAMPOS,
Edmundo. Sociologia da burocracia.
4. ed. Rio de Janeiro: Zahar,
1978.
CAPRA,
Fritjof. O
Ponto de Mutação – a ciência, a sociedade e a cultura emergente. Trad.
Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix, 1982.
CARRIÈRRE,
Jean-Claude; DELUMEAU, Jean; ECO, Humberto; GOULD, Stefhen
Jay. Entrevistas
sobre o fim dos tempos. Trad.
José Laurenio de Melo. Rio de Janeiro: Rocco,
1999.
CHOMSKY,
Noam. Novas e velhas ordens mundiais.
Trad. Paulo Roberto Coutinho. São Paulo: Scritta,
1996.
COVEY,
Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas
altamente eficazes. Trad. Alberto C. Fusaro, Márcia do Carmo F. Fusaro,
Claudia G. Duarte. 27. ed. Rio de Janeiro: Best
Seller, 2006.
COVEY,
Stephen R. A grandeza de cada dia.
Trad. Marcos Santarrita, Sonia Maria Moitrel
Schuwarts. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
ECO,
Humberto. Cindo escritos morais.
Trad. Eliana Aguiar. 3. ed. Rio de Janeiro:
Record, 1998.
FREIRE, Gilberto. Novo mundo nos trópicos. São Paulo: Editora Nacional, 1971.
FREIRE, Gilberto. Aventura e Rotina. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.
FREIRE,
Gilberto.
GALBRAITH,
J. Kenneth. Anatomia do poder. Trad.
Hilário Torloni. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1986.
GALBRAITH,
J. Kenneth. A Sociedade justa – Uma
perspectiva Humana. Trad. Ivo Korytowski.
3. ed. Rio de Janeiro: Campos, 1996.
GELLNER,
Ernest. Condições da liberdade –
a sociedade civil e seus rivais. Trad. Lucy Magalhães. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 1996.
HESSELBEIN, Frances; GOLDSMITH,
Marshall; SOMERVILLE, Iain. Liderança para o século XXI. Trad. Cynthia
Azevedo. São Paulo: Futura, 2000.
HESSEN,
Johannes. Filosofia
dos valores. 5. ed. Trad. Prof. L. Cabral de
Moncada. Coimbra: Armênio Amado, editor, sucessor, 1980.
LIMA,
Alceu Amoroso. Os direitos do homem
e o homem sem direitos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1974.
LOURENÇO,
Eduardo. Heterodoxia. Lisboa:
Assírio & Alvim, 1987.
MARCEL,
Gabriel. Los hombres contra
lo humano. Buenos Aires: Libreria
Hachette, 1955.
NERY,
Sebastião. Grandes pecados da imprensa.
3. ed. São Paulo: Geração Editorial, 2001.
PAZ,
Octavio. El arco y la lira. México: Fondo
de Cultura Economica, 1970.
PAZ,
Octavio. Signos em Rotação. Trad.
Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Perspectiva, 1972.
PLATÃO.
Diálogos III (Socráticos). Trad.
Edson Bini. Bauru, SP: Edipro,
2008.
POPPER,
Karl. Sociedade aberta, universo
aberto. Trad. Maria Helena R. Carvalho. 2. ed.
Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1991.
PRIGOGINE,
Ilya. O fim das certezas – Tempo,
caos e as leis da natureza. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Unesp, 1996.
RICOEUR,
Paul. A metáfora viva. Trad.
Joaquim Torres Costa e António M. Magalhães. Porto: Rés Editora, 1983.
STONE,
I. F. O julgamento de Sócrates. Trad.
Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
VIDAL,
J.W. Bautista. De estado servil a nação soberana – Civilização
solidária dos trópicos. 2. ed. Petrópolis:
Vozes, 1988.