NOSSA PÁTRIA LUSÓFONA - I
José Jorge Peralta
Num Mundo Multipolar
1.
DIMENSÕES DA PÁTRIA LUSÓFONA
1.
O conceito de pátria, hoje, é tanto um conceito linguístico-cultural,
amplo, como é um conceito político-territorial, mais restrito.
As duas dimensões do conceito de Pátria são essenciais,
na atualidade. Pioneiro nesta perspectiva, foi o genial Fernando Pessoa
que a sintetizou numa frase imortal. "Minha pátria é
a língua Portuguesa".
Somos então uma pátria
lusófona, sem fronteiras, de dimensões descomunais.
Poucas são as vilas, de média dimensão, de qualquer
região do globo, onde não haja falantes da língua portuguesa.
É algo fenomenal.
2. A pátria é poder, também
em nível linguístico-cultural. Língua e cultura são
o grande patrimônio de um povo. Língua é soberania.
Na nossa língua pensamos, nos comunicamos, interagimos e convivemos.
Existe então, modernamente: a)
o conceito de pátria que abrange um território
com o concomitante poder político; b) o conceito de pátria
que abrange apenas o aspecto linguística cultural. Do mesmo modo
se comporta a religião: A Igreja Católica, tem poder político/territorial
e religioso no Vaticano e o poder espiritual em todo globo, onde quer que
viva um cristão católico, sempre convivendo com outras religiões,
que compartilham o mesmo território.
A pátria da língua portuguesa,
a pátria lusófona, em sentido restrito, tem
o poder linguístico-cultural e o poder político territorial
concomitante, nos oito países soberanos da língua oficial
portuguesa: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné
Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Em sentido
amplo a pátria lusófona está presente e se
expandindo no mundo inteiro, onde quer que haja dois ou mais falantes da
língua portuguesa.
- Minha Pátria é a Língua
Portuguesa.
3. Hoje, as línguas são
entidades culturais sem fronteiras. Elas se expandem indefinidamente, ou
se restringem até morrer, dependendo do seu potencial cultural, de
sua força intrínseca e do poder político das sociedades
que a falam, quer como língua materna, quer como língua adotada
e compartilhada.
2.
SENTIR O ESPÍRITO DA LÍNGUA
1.
As pessoas mais conscientes e sensíveis têm orgulho
de falar a Língua Portuguesa. Há muita gente que ama
de paixão a Língua Portuguesa . Nossa língua
é marca de nossa identidade sócio-cultural. Estimá-la
é estimar-se. Nossa língua marca indelebelmente nosso DNA
cultural.
Nossa língua e nossa cultura
têm belezas ocultas que os olhos profanos não podem ver. Nossa
língua é bela; tem história, tem força, tem
sabedoria, tem mistério, tem paixão. É nosso instrumento
de pensar, de sentir, de se comunicar, de interagir, de conviver e de se
exprimir.
2. Muitos analisam as estruturas formais
e linguísticas, a arquitetura e até a arqueologia da nossa
língua e dos textos literários, mas poucos conseguem penetrar
em sua alma, no espírito e na sabedoria que a unifica e lhe dá
vida, graça, encanto e sentido profundo.
Poucos abordam a dimensão semiótica
e filosófica do discurso linguístico. Poucos abordam a sua
função poética, na dimensão paradigmática.
Este ainda é um desafio. Num mundo que privilegia a forma manifesta
das coisas, que vive aparentemente na superfície...
3. A força da língua está
na sua arquitetura, sim, e também no espírito que a vitaliza:
são os dois pilares que a consolidam e a distinguem.
Isto talvez seja coisa de poetas que
sentem e não sabem explicar. Mas precisa?! Deixemos isto para os
linguistas, semioticistas e filósofos.
3.
PORTUGUÊS - A PRIMEIRA LÍNGUA GLOBAL
1.
Há competição real entre as grandes línguas
como entre as pequenas; é a luta sobrevivência. A Língua
Portuguesa é a terceira língua mais falada no ocidente. Se
a língua é um instrumento de pensamento, de interação
e convívio social, a língua é um instrumento básico
do bem-estar social. Sem a convivência da comunicação
linguística, a pessoa está excluída de muitos aspectos
da vida social. É um estranho.
A língua portuguesa é
uma língua em grande expansão e com grande potencial e força
intrínseca. A língua portuguesa está presente nos cinco
continentes, nos quatro cantos do mundo, desde o século XVI. Foi
a primeira língua global.
2. A pátria lusófona exibe
seu garbo e poder, no Brasil, onde a falam 150 milhões de pessoas;
em Portugal, berço abençoado desta língua magnífica;
em angola e em Moçambique dois grandes países africanos em
plena expansão; nossa língua se exibe orgulhosa também
nos cinco outros países de língua oficial portuguesa. Exibe-se,
garbosa, na Galiza e por todo o globo. Fora do Brasil mais de cincoenta
milhões de pessoas têm o português como língua
materna. Somos portanto aproximadamente 200 milhões de lusófonos.
Contando os falantes da língua portuguesa em países não
lusófonos, temos mais de 250.000.000 de falantes da lusofonia.
3. Muitas comunidades multicentenárias
teimam gostosamente em falar a língua de seus antepassados lusófonos,
mesmo em condições políticas adversas. É que
falar português lhes dá prazer.
Num mundo pragmático e consumista
isto passa a não ser levado muito e conta. Mas, faz falta.
4.
A LÍNGUA PORTUGUESA EXPANDE-SE NAS CARAVELAS
1.
A língua portuguesa se expandiu pela força e arrojo do seu
povo falante. Viajou nas caravelas dos descobridores que deram "novos
mundos ao mundo", desde o século XV. Acompanhou os descobridores
por toda a costa oeste, da
África até o Cabo da Boa Esperança e lá se instalou,
como veículo de comunicação. Viajou com eles pela costa
leste da África e seguiu para o Oriente, para a Índia, para
o Japão, para a China, para o Timor, para a Indonésia e Ilha
das Flores e lá ficou implantada, germinando e multiplicando-se para
sempre. Passou também, pioneira, com os navegadores pela Austrália.
Viajou por todas as Américas,
do norte, central e Sul. Fixou-se, implantada definitivamente, no Brasil,
e em algumas ilhas do Caribe.
2.
Ao sul, ao Centro e ao Norte, há comunidades de língua portuguesa
até à Patagônia, e até ao Canadá em todos
os países da América do Sul, do Norte e Central.
Os EEUU tem mais de cinco milhões
de lusofalante; o contingente de lusofalantes do Canadá também
é muito amplo; na Venezuela também; também na Argentina,
no Uruguai, no Paraguai, na Bolívia, no Chile, no Peru, etc, etc.
Hoje a língua viaja de avião
e nas asas das ondas hertzianas pela Internet, pela rádio e televisão.
A língua portuguesa é
motivo de orgulho: confere status e auto-estima ao falante. Mas muitos não
se aperceberam deste valor... Não conseguem ver o lado social e afetivo
das coisas...Mas há também o valor máximo econômico
que é fantástico, pelos produtos que se trocam: culturais,
técnicos, etc, etc...
3. Os expoentes máximos
da Língua Portuguesa são Luis de Camões, Antônio
Vieira e Fernando Pessoa, ladeados por uma plêiade de grandes escritores
de todo o espaço lusófono. Machado de Assis, Guimarães
Rosa, Gonçalves Dias e Castro Alves, certamente estão entre
os maiores escritores do Brasil.
Os Lusíadas
de Camões cantam as glórias épicas do povo luso que
protagonizou o maior feito da humanidade em todos os tempos: a unificação
do Globo. Obra de gigantes... É a epopéia da Lusofonia...
4. Camões, Vieira, Pessoa são
grandes patronos de nossa língua comum. Souberam captar e exprimir
a alma e a força motriz da cultura e da língua portuguesa.
Em contato com outros povos ela se miscigenou, se enriqueceu e se multiplicou.
Hoje a Língua Portuguesa é uma língua universal.
5.
LÍNGUA PORTUGUESA NA AMÉRICA DO SUL
1. Na América do
Sul, um subcontinente, o português é a língua mais falada.
Um só país de língua portuguesa, o
Brasil, tem mais falantes da lusofonia do que os falantes da língua
castelhana que ocupam os outros nove países deste
subcontinente. Os povos de língua castelhana subdividiram-se, fracionaram-se,
só o Brasil manteve a unidade que o fortaleceu.
Na América do Sul,
o Brasil, metaforicamente falando, é um “continente” de língua
portuguesa cercado de nove ilhas falantes da língua castelhana (espanhol).
O português é a língua mais falada na América
do Sul (1).
A língua é
assim: ela se expande ou se mantém enquanto serve à comunidade
pela sua força intrínseca e histórica e pelo seu poder
de comunicação.
2. A língua de
cada comunidade deve ser respeitada neste mundo plural. Ela se aloja no
mais profundo do inconsciente, na alma das pessoas. Faz parte da constituição
da personalidade humana.
Entre as línguas
latinas, a língua portuguesa é a segunda mais falada; no ocidente,
é a terceira.
Além do calor humano
que a língua portuguesa leva consigo, ela é marca de um poder
fantástico no convívio das nações.
___________________________________________________
(1)
Ver: O Brasil na América do Sul – Uma política de
boa vizinhança?
http://www.portaldalusofonia.com.br/artigos.html
6.
O PODER DA LÍNGUA PORTUGUESA
1. As comunidades de falantes da língua portuguesa pelo mundo espalhadas, devem ser respeitadas, como todas as demais línguas. Simultaneamente, no momento em que você lê este texto, duzentos milhões de pessoas falam, pensam, sonham, escrevem e se comunicam na língua portuguesa. Milhões de livros estão sendo escritos e publicados em português. Milhões de jornais e revistas são impressos. Milhões de rádios e televisões estão ligados, falando em português. Milhões de pessoas trocam mensagem pela web, em português. A língua portuguesa é um tesouro de primeira grandeza. Milhões de pessoas dão aulas em português. Milhões de crianças são alfabetizadas em português.
2. É preciso defender a liberdade
e o direito dos falantes, até de não serem importunados. Quem
eventualmente ofende os falantes da língua portuguesa, como aconteceu
no Timor Leste, ofende os 200.000.000 de lusófonos espalhados pelos
quatro cantos do mundo. Parafraseando o nosso Prêmio Nobel, José
Saramago diríamos que a língua que não se defende,
fenece. É preciso saber defendê-la de eventuais conspirações
que fazem parte de toda essa “guerrilha” global que se dissemina buscando
alvos incautos... Língua é poder... é cidadania...
Nossa Língua portuguesa e nossa
cultura são patrimônios preciosos dos lusofalantes, e de toda
a civilização humana.
Computando todos os falantes da Língua
Portuguesa espalhados pelo globo, independentemente dos limites territoriais
das nações, são mais de 250.00.000 (duzentos e cincoenta
milhões) os falantes regulares nativos do português. Só
para exemplificar, nos EEUU são mais de cinco milhões, no
Canadá mais de dói milhões. No Japão mais de
400.000. Quantos na França, na Espanha, na Bélgica, etc.?
A Língua Portuguesa está espalhada e implantada por todos
os cantos e recantos do nosso mundo. A Língua Portuguesa tem uma
presença atuante nesta “Praça Universal”de que tanto falou
Vieira.
3. A língua portuguesa é
hoje um dos grandes e destacados patrimônios da humanidade.
Mais significativa do que sítios arqueológicos, cidades e
monumentos históricos. Na língua estão as estruturas
básicas das manifestações humanas através de
milênios.
Se considerássemos as belezas
da língua diríamos que a língua portuguesa é
uma das Sete (7) Maravilhas do Mundo, em termos de estética
e plástica.
Nossa língua e nossa cultura são os pilares de nossa identidade.
Este é o nosso modo de viver, estar e fruir o mundo. São as
marcas indelébeis da nossa identidade. A Língua Portuguesa
tem grandes belezas e grandes encantos. É um imenso patrimônio
que herdamos de nossos antepassados e compartilhamos com gente de todas
as raças e culturas, de todos os povos, em todo o globo. São
nossas raízes que não podemos deixar enfraquecer
sem irremediáveis prejuízos psico-culturais e sociais e até
patrimoniais..., ainda que delas não tenhamos consciência.
4. Muitas pessoas, da mais alta estirpe
intelectual, no Brasil como em Portugal, e pelo mundo afora, amam esta bela
língua, com paixão. Os néscios dão
de ombros...
As pessoas conscientes amam a sua língua
como algo seu, muito precioso, que compartilham com os demais lusofalantes.
Amam-na como algo muito querido e muito estimado que faz parte da sua própria
vida, completando seu ser e seu modo de estar no mundo.
Nossa língua é o ornamento
básico de nossa personalidade; é o marco de nossa identidade,
como pessoa e como povo.
5. Num mundo tão complexo, as
nações vão formando pólos de poder
e de articulação, em busca de benefícios mútuos.
Temos assim: a União dos Povos Lusófonos (CPLP); União
dos Povos Francófonos; União dos Povos Espanófonos;
União dos Povos Anglófonos, etc.
A União dos Povos Lusófonos
(CPLP) precisa ser mais criativa, mais dinâmica e mais atuante. Num
mundo multipolar, quem se acomoda fica para trás,
desprotegido.
Consulte:
www.portaldalusofonia.com.br
www.patrialusofona.com.br
www.tribunatropical.blogspot.com
Fale conosco pelo
e-mail:
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São Paulo,
15 de abril de 2008
_______________________________________________________________
1 - Conheço professores descendentes de japoneses, chineses, italianos, etc, que tem um carinho muito especial pela nossa língua. O grande carinho que nem sempre encontramos nos professores de raiz lusobrasileira. Em quase todo o território brasileiro, em Angola, Moçambique e em outros povos lusófonos, de modo geral, o carinho da língua portuguesa, supera o dos próprios portugueses, cujo respeito pela língua é mais formal. Isto não significa que em Portugal, não haja muitas pessoas que amam de paixão a própria língua.
Alianças Consolidadas e Produtivas.
José
Jorge Peralta
1. POLÍTICA DO IDIOMA
1.
As pessoas conscientes da Língua Portuguesa e as organizações
específicas, governamentais e não governamentais, da comunidade
civil, precisam unir forças para estabelecer uma política
do idioma que, de alguma forma, dê suporte a todos os falantes
da lusofonia, espalhados pelo globo.
O Instituto Camões e outras
instituições oficiais, apesar de todo investimento, qualidade
e amplitude de sua atuação, nunca conseguirão dar conta
do recado. É uma tarefa hercúlea, em que todos precisamos estar
comprometidos e envolvidos, direta ou indiretamente. Instituições
ineficientes deveriam ser reestruturadas em função de seus objetivos
e de sua missão sócio-cultural.
2. É preciso criar elos reais
entre todos os lusófonos: é preciso criar a fraternidade
lusófona. Uma fraternidade aberta a todos os povos e culturas.
É preciso alimentar e estimular a convivência da Pátria
Lusófona, criando a solidariedade universal da lusofonia,
a serviço da prosperidade e do bem-estar de todos os lusófonos
e de todos os povos. É preciso fortalecer a União dos
Povos Lusófonos que poderia estar na CPLP fortalecida e mais
adequadamente gerenciada, com mais produtividade e mais credibilidade.
Quem não é organizado é
tutelado.
Na Lusofonia temos muitos altos e baixos, em termos
culturais, econômicos, éticos e organizacionais e políticos.
Todo o esforço será para nivelar a todos por cima
e não por baixo...
Neste mundo globalizado, todas as grandes línguas
cercam umas às outras. Todos sabem que Língua é
poder e todos se protegem. É preciso estar sempre alerta,
sem xenofobia.
Defender-se é obrigação de todos.
Cultivar os próprios valores é melhor ainda e mais eficiente.
Num mundo realmente globalizado, espera-se que todos respeitem todos, sem
injustas discriminações, sem opressões e sem “tapetão”.
3. Cultivar a própria língua é
o que se espera de todos, cada um a seu modo, cultivando a unidade na diversidade.
Língua e cultura se dão as mãos, solidariamente.
Como ponto de partida é preciso que todos nos
convençamos de que as línguas não têm donos e nem
têm reis ou imperadores. Os falantes coletivamente são seus senhores
reais, embora anônimos, através de um contrato social
coletivo implícito.
Os legisladores e os gramáticos apenas têm
poder no ato de normatização e sistemas gráficos ...
Não têm poder sobre o sistema, mas sobre a norma linguística.
2.
A CAPITAL DA LÍNGUA PORTUGUESA
1.
Nossa silhueta lusófona, não material mas mística,
tem feições européias, africanas, asiáticas e
ameríndias: é naturalmente miscigenada: é uma cidadania
plural, muito original e soberana.
A Lusofonia é “um nacionalismo místico”,
integrado e bem articulado na humanidade, muito para além dos limites
territoriais.
2.
Em termos de ponto de referência territorial, demográfico e de
produtividade intelectual e sobretudo em termos de perspectivas
de futuro, a Capital da língua portuguesa é
naturalmente sediada no Brasil, na cidade de São Paulo, preferencialmente
na zona oeste ou sul.
Esta é logicamente uma questão em aberto.
É sugestão provisória, provocativa. É para pensar
(Na orquestração universal, o Brasil quer ser o país
do futuro e também o país do presente.
É seu destino marcado. Está escrito. Precisamos despertar para
essa “nova” realidade...
3.
Podemos ser contestados pelo argumento de que mais vale a qualidade
do que a quantidade, embora sem desdém de nenhum dos
aspectos. No entanto, apesar dos pesares evidentes, o Brasil tem um potencial
fabuloso e Portugal também tem deficiências bem conhecidas, em
termos de qualidade, que precisam ser superadas com esforço de todos.
Vamos nos dar as mãos para crescer mais com mais qualidade.
Assim sendo reitero que hoje o Brasil tem a liderança
real da lusofonia, de braços dados com a pátria mãe.
Uma liderança democrática, compartilhada e participante, é
lógico. Não é uma liderança despótica.
Além do mais, o Brasil tem, sim, valores fabulosos, em todos os setores,
que muitos fazem questão de não divulgar. Mas só não
vê quem não quer.
O país é muito maior do que o seu governo,
qualquer que ele seja. Os oito países de língua oficial portuguesa
poderiam ser mais solidários...
Se quisermos mudar de chave e pensar em termos do
V Império de Vieira, (sabendo que as “profecias”,
que escrevem direito por linhas tortuosas, fincam essa bandeira
no Brasil...), mais nossa proposta se torna lógica.
4.
Por que no Brasil? Porque no Brasil vivem dois terços dos falantes
da Língua Portuguesa. Por que em São Paulo? Porque aqui é,
de longe, a cidade com mais falantes da Língua Portuguesa: na grande
São Paulo vivem mais de 20.000.000 (vinte milhões) de falantes
nativos da língua portuguesa.
Este posicionamento certamente não desagradará
a Portugal e aos demais países lusófonos, pois todos só
terão a ganhar com isto. Entretanto a reação contrária
é inevitável, em princípio legítima. Há
condicionantes.: (Além do mais, todos nós precisamos superar
um certo complexo de vira-lata com o qual somos peritos em nos inferiorizar
e esquecer nossos imensos méritos.
Esta preferência é apenas lógica.
É preciso saber se na prática iria atingir o objetivo, ou se
em Portugal teria mais condição de funcionar efetivamente. O
importante é que se pense nisto e se decida com qualidade e efetivamente.
A condição primeira é o Resultado concreto.
5.
O Museu da Língua Portuguesa de São Paulo,
deveria, como órgão autônomo estatal, ser associado ao
Instituto de Língua Portuguesa, para mútuo
apoio. Só como apoio.
O ILP deveria ter convênio com as melhores instituições
universitárias dos países lusófonos, com articulação
em outros países.
3.
APÊNDICE: CASO TÍPICO
1. Uma jornalista escreveu em sua coluna, na Folha de São Paulo, BR, (de 27.5.2008) uma frase tendenciosa, científica e socialmente. Colocou a língua portuguesa do Brasil, em patamar inferior à espanhola (castelhana), na América do Sul. Diz a frase da jornalista: “O Brasil é uma ilha de língua portuguesa num oceano de língua hispânica”A frase correta teria este ou outro conteúdo semelhante: O Brasil é um continente de língua portuguesa cercado por nove (9) ilhas de língua hispânica.
2. Enviamos para o jornal e para a jornalista mensagens contestando a afirmação
e redigimos também um estudo denso, com dados estatísticos comprovando
a imprecisão e a viés de desinformação da jornalista,
que, aliás, costuma fazer críticas muito contundentes, sérias
e corajosas da política nacional e internacional.
O Ombudsman da Folha respondeu-nos agradecendo pela “interessante opinião”.
Aguardamos que a jornalista publique a correção da sua frase
na Folha, em "erramos". Se não fizer a correção
estará perdendo pontos em termos de respeito ao compromisso com a verdade.
3. O estudo que refuta a referida frase leva o título: O Brasil na
América do Sul – Uma política de boa vizinhança? Aí
analisamos os aspectos demográficos, econômicos e territoriais,
demonstrando a superioridade brasileira, apenas refutando a disputa levantada.
NOSSA
PÁTRIA LUSÓFONA - III
Por Um Sistema Organizacional Consistente
Jorge Peralta
1.
MEMORIAL DA LUSOFONIA
1.
Proponho que seja erguida uma sede ampla, para o “Memorial da Lusofonia”,
com salas, salões, auditórios, espaços para exposições,
parque arvorizado, etc, etc, numa área mínima de 20.000
m², (ideal) com o mínimo de 8.000 m² de
área construída, em São Paulo ou em Cotia. A Prefeitura
ou o Estado poderiam ceder a área para o projeto. A Administração
estaria sob gerência do Instituto da Língua Portuguesa.
Ou poderia ter uma gerência própria?!
O Instituto
Camões poderia ter sua sede regional no Memorial.
A sede seria propriedade dos oito povos de língua oficial portuguesa,
sendo seu Conselho Superior composto pelos oito Ministros da Educação.
Deveria ser expressamente
proibido usar o Memorial como cabide político para pseudo-assessores
apadrinhados, sem competência. A competência comprovada deveria
ser pré-requisito essencial.
Brasília
e mais os sete Estados mais populosos do Brasil deveriam ter representação
nesse Conselho Superior.
2. A finalidade:
cultivo, difusão e defesa da Língua Portuguesa pelo
mundo e promover e apoiar pesquisas e projetos.
Um dos objetivos
deveria ser a criação de uma Universidade Internacional
da Lusofonia – UL.
Cada setor do Memorial
teria um plano de atividades e metas a cumprir. Assim não se tornaria
num peso sem produtividade, sem resultados adequados.
A produtividade
com qualidade deveria ser uma exigência inquestionável.
O essencial é
que o Memorial da Lusofonia não se transforme em mera
instância burocrática.
Mas que seja um
espaço de criatividade, de ousadia e de ação construtiva,
articulando as forças vivas da lusofonia. Respeitando a especificidade
da Instituição.
3. Em cada um dos países
lusófonos poderá haver um escritório de representação
do Memorial.
Em até 8
dos estados mais representativos do Brasil também poderia haver um
escritório honorário de representação,
com chefia adequadamente qualificada que tivesse condições de
funcionar efetivamente.
O escritório
poderia funcionar numa Faculdade ou Colégio, ou poderia funcionar junto
à Secretaria de Educação do Estado, sem ônus para
o Memorial. O essencial é que o Memorial, em todas
as instâncias, se caracterize efetivamente pela cultura genuína
da Língua Portuguesa, sem posicionamentos deletérios e sem atitudes
reacionárias, como fazem as demais línguas.
As grandes línguas do ocidente fazem altos investimentos para difundi-las
pelo mundo. A língua portuguesa não pode se omitir...
4. É preciso
abrir caminhos, atalhos e vias expressas, sócio-culturais,
entre todos os falantes para que ninguém se sinta isolado e só.
Que ninguém se sinta excluído. Que todas as comunidades falantes
da lusofonia se sintam interligados.
Que todos sintam
que o mundo da lusofonia, é um mundo de portas abertas: um mundo solidário,
que estimula a convivência e a prosperidade, com respeito e qualidade.
Compartilha para crescer junto. Sem exploradores nem explorados; sem discriminados
nem discriminadores. Mas sabendo repelir os “invasores” oportunistas... que
eventualmente aparecerem. Todos dedicados e todos cooperadores. Assim foi
sempre e assim seja.
5. Participe e
dê sua opinião no websítio:
www.patrialusofona.com.br
e o
www.portaldalusofonia.com.br
www.tribunatropical.blogspot.com
www.tribunalusofona.blogspot.com
2.
PANTEÃO DA LUSOFONIA
NOSSOS PATRONOS
1. A Lusofonia,
essa pátria mística universal tem os seus grandes
luminares, formando uma amplo PANTEÃO. No Panteão
da Lusofonia estão reservados, inicialmente, 21 nichos especiais.
Cada país terá também seu próprio Panteão
específico. Para ocupar o lugar que conquistaram em vida.
Cabe a nós
eleger quem ocupará o lugar que conquistou, com uma vida digna,
produtiva e que se projeta além do tempo e do espaço, como paradigma
de uma sociedade melhor, com sua luz que não se apaga.
O apartidarismo
e o não oportunismo circunstancial são atitudes essenciais.
Só poderá
ocupar esse honroso lugar quem já pôs o ponto final na sua biografia
biológica, há dez anos ou mais.
Para evitar injunções
políticas, discriminações ou casuismos, as regras deverão
ser previamente estabelecidas.
2. Fazem parte
do PANTEÃO aqueles que, “por suas obras
valorosas, da lei da morte se liberaram”(Camões).
Entre os patronos
da Lusofonia, provisoriamente, de início enumeramos as seguintes
pessoas: Luís de Camões, Antônio Vieira,
Antero de Quental, Fernando Pessoa, Rui Barbosa, Raposo Tavares, D. João
VI, D. Pedro II, José Bonifácio de Andrade, Gilberto Freire,
Joaquim Nabuco, Monteiro Lobato.
3. Nossos patronos
destacam-se pela sua grande e densa contribuição sócio-política
cultural e por ações concretas à construção
dos países lusófonos; pela permanência e atualidade dos
valores que defenderam; pelo que tais valores contribuem para a auto-estima,
desenvolvimento e engrandecimento de nossos países; por sua projeção
internacional consistente e sólida; E ainda pelo prestígio que
agregam à nossa cultura, no conceito das nações.
Os patronos da
lusofonia destacam-se ainda pela extraordinária e heróica dedicação
e amor à sua pátria e ao seu povo; pela ética e caráter
de sua personalidade...
3.
VIA EXPRESSA DA LUSOFONIA
1.
A internet é, certamente, uma grande e versátil via
expressa para interligar os mais de 200.000.000 (duzentos milhões)
desta portentosa e mística pátria lusófona universal,
espalhada pelos quatro cantos do mundo. É preciso saber usá-la.
O web-sítio:
www.patrialusofona.com.br
e o www.portaldalusofonia.com.br,
além de
outros estão aí para servir ao mundo lusófono, solidários
com tantos outros que têm o mesmo compromisso.
Use
também o blogue:
www.tribunatropical.blogspot.com
Escolha
a etiqueta (o conteúdo em palavra chave) e fale.
2. O Web-sítio
Portal da Lusofonia quer ajudar a construir pontes e a abrir caminhos, estradas,
avenidas e atalhos por onde passarão livremente os construtores de
um mundo mais solidário e mais próspero, com mais justiça,
paz e bem-estar.
3. Envie sua colaboração.
Compartilhe o seu saber, sua experiência, os valores de seu povo e da
sua civilização.
A
riqueza cultural é um patrimônio genial que, quanto mais se compartilha
mais enriquece cada um.
Neste web-sítio
damos conexão para outros web-sítios congêneres. Siga-os.
O céu é o limite para quem quer ir sempre em frente com vontade
e prazer de servir, solidariamente.
Você
pode encontrar esse texto no web sítio:
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e no blog:
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tribunadosaber@gmail.com
José Jorge Peralta
(São Paulo, 13.06.2008)
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